Este artigo tem como proposta refletir sobre os alcances da assistência em Terapia Ocupacional no processo de reabilitação de pacientes institucionalizados com transtornos psicóticos. Constatando que muito dos pacientes que se internam têm o diagnóstico da série da esquizofrenia, devemos nos preocupar com a evolução desta doença. Muitos apresentam, além dos sintomas psicóticos produtivos (alucinações e delírios), sintomas afetivos, cognitivos e negativos. A farmacoterapia costuma agir para alguns sintomas, não sendo suficiente o bastante para a resolução de todas os prejuízos que acometem o indivíduo. É necessário o trabalho de equipe interdisciplinar no sentido de abarcar estas necessidades. Abordaremos a função da Terapia Ocupacional nestes casos. Quando agimos em todas as áreas afetadas, temos a chance de melhores resultados. Para direcionar a discussão, baseamo-nos nos atendimentos de Terapia Ocupacional realizados durante o período de internação desses pacientes.
A Terapia Ocupacional utiliza as atividades como meio de intervenção no processo terapêutico. Assim, trabalhamos em busca da autonomia e independência dos indivíduos, que, por apresentarem alterações físicas, sensoriais, psicológicas, mentais ou sociais por um período de tempo ou mesmo definitivamente, terão dificuldades na sua rotina de vida. Acreditamos que por meio do oferecimento de experiências, com o “fazer” presente na relação terapêutica, podemos trilhar um caminho com o paciente em direção à construção de uma rotina ou na reconstrução da rotina pré-existente, objetivando uma melhora na qualidade de vida. O intuito de colocar em prática o trabalho da Terapia Ocupacional com pacientes psicóticos surgiu da dificuldade trazida pelos mesmos, durante a internação, em se organizar no lar. Como parâmetro, utilizamos a rotina estabelecida no hospital, pois este possui rotinas de horários e de atividades diversas organizadas de forma estruturada. Para conhecimento mais profundo das necessidades do paciente é realizada uma avaliação visando obter dados de como eram sua dinâmica familiar e sua rotina diária, para posteriormente ser elaborada sua rotina individual diária, com horários para atividades, caminhadas, hora para acordar, dormir, fazer as refeições e usar as medicações.
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Autores:
Dra. Daniele Maria Werdine Rennó (Médica Psiquiatra do setor Esplanada)
Aline Coraça Trevelin (Terapeuta Ocupacional do setor Esplanada)
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