Nos dias 5 e 6 de abril a psicóloga Marina Bittar Capatto, do Instituto Bairral de Psiquiatria, esteve na cidade do Rio de Janeiro participando do evento denominado “Britton-Steiner: a análise de pacientes difíceis”.
Nele foram abordados diversos temas, tais como “Subjetividade, objetividade e o espaço triangular”, “Vendo e sendo visto: a vergonha na situação clínica” e “Crenças: naturais, desnaturais e supernaturais”.
Foi possível aprender que “pacientes difíceis” não percebem que são vistos ou reconhecidos pelo outro, e quando isso ocorre eles voltam para o seu enigmático mundo interno, gerando ainda mais isolamento social e sentimentos persecutórios.
Foram abordados casos em que a vergonha e a persecutoriedade são tão grandes que o fato de algum terapeuta tentar buscar caminho para compreendê-los já gera um despedaçamento emocional e aniquilamento. Tais pacientes não suportam ver, nem serem vistos e nem serem percebidos.
Outro ponto interessante foi o tema sobre crenças, em relação ao qual pode-se discutir e identificar que todos os seres humanos possuem crença em alguma coisa e essa crença (exemplo: religião) é uma função do ego que considera as probabilidades como fatos, e nossa segurança depende muito de nossas crenças. Para os “pacientes difíceis”, essas crenças são percebidas como algo crucial, rígido e sofrido no percurso de suas vidas, a ponto deles ficarem paralisados no desenvolvimento. Os autores chamaram a atenção dos profissionais para que auxiliem, se possível, na quebra de “crenças mais primitivas” e na construção de novas crenças, enfrentando o narcisismo e ultrapassando barreiras do refúgio psíquico.
Dessa forma, é possível compreender, de maneira um pouco mais empática, os pacientes psicóticos agudos considerados também “pacientes difíceis”.
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