Crescem as evidências científicas da importância das religiosidade e da espiritualidade na promoção de saúde mental das pessoas em tratamento como mais um elemento a ser valorizado e integrado dentro das abordagens psicossociais. No entanto, a grande maioria dos profissionais da saúde em geral e também da saúde mental têm receio de abordar esse tema com seus pacientes e de como fazê-lo, por carência de treinamento, preconceitos e falta de informação sobre as religiões e seus valores, rituais, práticas e crenças.
Foi pensando nisso foi que, por iniciativa da R2 Dra. Érica Maia, os médicos-residentes de psiquiatria do 2.° ano do Instituto Bairral organizaram um ciclo de seminários sobre o estudo das religiões que teve lugar todas as quintas-feiras ao longo dos meses de janeiro e fevereiro, totalizando oito encontros.
A Dra. Érica Maia abordou as religiões afro-brasileiras, o Dr. Iúri Barbieri o islamismo, o Dr. Rafael Manrique o catolicismo, Dr. Murilo Brasileiro o protestantismo, Dra. Cintia Ito o budismo, Dra. Addy Deloya o judaísmo, Dra. Anita Fonseca o hinduísmo e finalmente, o Dr. Aldo Casarotto focalizou o espiritismo.
O objetivo principal dos seminários foi ampliar os conhecimentos sobre esse tema e aproximar os residentes em formação de uma prática clínica que respeite e valorize a diversidade religiosa dos seus pacientes. Para a Dra. Alessandra Diehl e a Dra. Viviane Franco, ambas médicas psiquiatras do Instituto Bairral que mediaram as discussões durante os seminários, a iniciativa foi bastante interessante, oportunizando aos participantes diversos conhecimentos sobre a ótica de cada religião no tocante à origem, seus valores e costumes, além da sua interface com a psiquiatria e temas atuais tais como o casamento, aborto, adultério, virgindade, homossexualidade e suicídio, por exemplo.
A Dra. Alessandra acredita que a iniciativa dos médicos-residentes R2 do Instituto Bairral em estudar esse conteúdo está na vanguarda dos currículos da educação, pois o tema é ainda subexplorado dentro da formação acadêmica e na formação psiquiátrica, devendo, portanto, ser incorporado como um conteúdo que tende a promover uma prática psiquiátrica mais humanizada e respeitosa.
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