O autismo foi o tema discutido no dia 13 de dezembro em evento organizado pelo Centro de Estudos Psiquiátricos Américo Bairral (Cepab). O Dr. Fernando Zezza, psiquiatra da infância e da adolescência e membro do corpo clínico do Instituto Bairral, e a Dra. Érica Maia, médica-residente R3 no hospital, abordaram-no em uma palestra aberta para todos os funcionários.
Na apresentação, a Dra. Érica referiu-se ao conceito de cérebro social, atualizações sobre etiologia genética e ambiental e as principais mudanças desse diagnóstico no DSM-V, que dimensionou no Transtorno do Espectro Autista (TEA) quatro importantes categorias diagnósticas já conhecidas.
O Dr. Fernando trouxe de maneira detalhada todos os aspectos envolvidos no tratamento desses pacientes, que vai muito além dos medicamentos, sendo necessária a presença de múltiplos profissionais (neuropsicólogo, terapeuta ocupacional, neurologista, pediatra, além do psiquiatra). E como as famílias, além dos pacientes, não podem deixar de ser assistidas. Focalizou também as atualizações referentes às formas ditas alternativas de tratamento, e os riscos que essa prática implica.
A Dra. Érica ressalta que, apesar de até o momento o Instituto Bairral não dispor de um serviço de internação infantil, não se pode esquecer que crianças autistas também envelhecem, de modo que são muitos os pacientes que se internam com esse diagnóstico quando os recursos extra-hospitalares se esgotam. “Essa é uma demanda nossa aqui no hospital: conhecer melhor esses pacientes e esse transtorno”, diz ela.
O Dr. Fernando acentua: “Não podemos esquecer que crianças com TEA devem ter a chance de receber um tratamento de qualidade. Trabalho num setor do Bairral com muitos adultos com esse diagnóstico e consigo ver muito do que poderia ter sido feito quando eles eram mais novos. Já nessa fase o limite que podemos alcançar é mais próximo, mas ainda há o que ser feito”.
Não é a primeira vez que a equipe técnica discute esse tema. Na apresentação, foi relembrado o filme “Adam”, sobre um homem adulto com Asperger (uma das categorias incorporadas ao TEA) que já foi discutido no projeto “Cine Psiquiatria” no início deste ano.
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