A Dra. Alessandra Diehl, preceptora da residência médica em psiquiatria do Instituto Bairral e atual presidente do Centro de Estudos Psiquiátricos Américo Bairral (Cepab), foi uma das palestrantes no 23.° Congresso da World Sexual Health Association (WAS), evento realizado em Praga, capital da República Checa, entre 28 e 31 de maio. Ela conta que a atividade da qual participou foi um dos simpósios da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana (Sbrash) a convite do seu presidente, o psicólogo Itor Finotelli Júnior. A Dra. Alessandra esteve lá para falar sobre os dados inéditos de um estudo epidemiológico populacional brasileiro a respeito do uso de substâncias e violência entre as minorias sexuais do Brasil. Os dados revelam que entre as minorias sexuais brasileiras a violência começa cedo na vida e persiste durante a fase adulta; acredita-se que estas sejam algumas das vulnerabilidades que podem justificar a maior probabilidade de uso de determinadas drogas desta população.
A Dra. Alessandra contou que o congresso reuniu cerca de 700 especialistas do mundo todo de áreas afins bastante variadas, tais como a clínica, educação, pesquisa e advocacy em saúde sexual e sexualidade, sendo que o Brasil teve a segunda maior delegação, com 45 participantes nesta edição do conclave. Estiveram presentes colegas do Projeto Afrodite da Unifesp, do Protig do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, a diretoria da Sbrash e membros da equipe do grupo de pesquisa em sexualidade CNPQ da Unisal, do qual a Dra. Alessandra também faz parte, entre outros.
Dentre os temas que mais a encantaram, apontou as experiências bem sucedidas de educação sexual nas escolas da Suécia e Finlândia, nas quais existe claramente a evidência de que a educação sexual posterga a iniciação sexual dos jovens; destacou também um programa de saúde sexual on line destinado a imigrantes e refugiados na Alemanha. Salientou ainda que a educação sexual pode ser iniciada já nos primeiros anos escolares com introdução de conceitos como respeito, cuidados com o corpo, privacidade, raças e amor até a introdução de outros assuntos na adolescência para além da dimensão biológica já classicamente introduzida pelos professores, tais como gênero e orientação sexual, por exemplo.
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