O médico psiquiatra Dr. Edivarley Rodrigues da Costa Júnior, integrante do corpo clínico do Instituto Bairral, esteve presente no XXX Congresso ECNP, promovido pelo European College of Neuropsycho Pharmacology. Deixemos que ele mesmo descreva como foi a sua jornada nesse importante conclave:
“Tive o privilégio, nos dias 2 a 5 de setembro, de participar do 30.o Congresso Europeu de Neurofarmacologia. O congresso, que neste ano foi realizado em Paris, é um evento de grandes proporções, que recebe anualmente profissionais e estudantes de neurociência do mundo todo e que se dispõe a apresentar (e discutir) aquilo que há de mais recente na neuropsiquiatria. Para isso, além de uma estrutura belíssima (Palais des Congrès), contou com a participação de grandes nomes da área científica, como John Krystal e Stephen Stahl, por exemplo. Isso além de vários outros profissionais de diversas outras áreas, que mantêm a organização sempre impecável.
As palestras aconteceram continuamente da manhã até à tarde, exceto pelos intervalos de descanso distribuídos ao longo do dia. Abordaram vários temas, tópicos e subtópicos da neuropsiquiatria, todas acontecendo ao mesmo tempo, em andares e salas diferentes. Assim, é vital andar com o caderno de programação do congresso, correndo o risco de deixar de assistir a uma grande palestra para assistir a outra não tão grande assim. A complexidade de cada assunto é variada, mas, em geral, todas as palestras mostraram uma capacidade impressionante de se aprofundar. Seja uma aula sobre “O papel de GABAr nos transtornos psicóticos” ou sobre “O que é melhorar o paciente?”, o número de pesquisas, o nível de evidência científica e o entendimento do assunto impressionaram em todas elas. Algo que para mim foi particularmente gratificante, foi o fato de haver, já no primeiro dia, uma série de palestras sobre o papel do Glutamato e da Quetamina nas doenças psiquiátricas – um dos objetos de estudo da parceria SINAPSE/BAIRRAL. Foi possível perceber a importância dada ao assunto Glutamato/Quetamina no mundo e como o nosso centro de pesquisa tem avançado na direção certa.
Ao final do evento, ficou claro pra mim que existe um avanço no conhecimento do cérebro humano e de seu funcionamento. Um avanço que tem transitado através da neuroquímica, neurofisiologia, neuroimagem e genética, com o intuito de tentar responder novas (e velhas) questões da neurologia, da psiquiatria e da psicologia. Um avanço que, embora modesto, traz uma sensação de alívio ao pesquisador (que luta para compreender os mecanismos fisiopatológicos de um transtorno) e uma sensação de esperança para o clínico (que necessita de novas abordagens terapêuticas). Foram 4 dias de denso conhecimento. Tudo isso com Paris ao fundo.”
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