No dia 29 de agosto foi realizada no Centro de Educação Continuada do Instituto Bairral mais uma Aula-Convite, proferida pelo médico psiquiatra Dr. Mauro Vitor de Medeiros Filho. Estas aulas são uma iniciativa do hospital destinadas a divulgar e difundir entre seus funcionários interessados temas que sejam pertinentes à saúde mental e à área da psiquiatria infantil. Na oportunidade, o Dr. Mauro conceituou a raiva como uma emoção primitiva, automática e impulsiva que é desencadeada diante de uma situação geradora de estresse, e que pode aparecer quando o indivíduo se vê frustrado em suas expectativas e desejos.
É uma reação fisiológica, faz parte do ser humano e é universal. Numa situação na qual a raiva é desencadeada, há uma reação do indivíduo como forma de defesa ou de ataque (evasão e/ou aproximação) frente ao objeto. Em tais circunstâncias aparece a agressividade, que é uma forma de externalizar a raiva. A agressividade pode ser entendida como um comportamento, uma reação emocional, que, com o amadurecimento do indivíduo, vai ganhando formas mais elaboradas.
A criança pequena se manifesta por intermédio da birra; já o adulto, que consegue verbalizar e tem controle inibitório, pode manifestar sua agressividade de outras maneiras, como a ironia, a vingança, a retaliação. Existem diversos fatores geradores, dentre eles o meio em que o indivíduo cresceu (se favorecedor de maus tratos, abusos físicos, sexuais e verbais, e de negligência por parte dos pais); tais fatores podem aumentar a probabilidade desse indivíduo expressar sua raiva de maneira mais frequente e com maior intensidade. A combinação “maus tratos” e “reatividade do indivíduo” pode levar ao aparecimento de pessoas mais violentas e agressivas.
O manejo da raiva é possível, desde que o indivíduo reconheça que está tendo esta emoção, reflita sobre isso e sobre o que a desencadeou; importante representar tal emoção em palavras, buscar ser assertivo no contexto e escolher o caminho a seguir numa próxima vez em que a mesma situação, ou situação parecida, ocorrer. Importante lembrar que no trato com os pacientes diversos sentimentos são suscitados, inclusive a raiva, cabendo a todos os profissionais da área da saúde aprender a reconhecê-la para não agir imbuído desta emoção.
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